Jacob Calestagne | 2023

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Sustentabilidade no sul da Bahia, Brasil, significa mais do que o meio ambiente

Jacob Calestagne | 2023

Tecendo sustentabilidade no exterior

Chegamos a uma pequena casa com cestas penduradas na frente, em uma rua de paralelepípedos, e uma mulher de dentro da casa surge, iniciando uma conversa sobre as práticas de tecelagem na região de Serra Grande. Ela diz que restam apenas alguns tecelões verdadeiros e que essa arte está se perdendo. Desde o estabelecimento oficial dos quilombos no Brasil, a tecelagem tem sido uma das primeiras práticas dos quilombolas como forma de ganhar dinheiro.1 Assim, para essa quilombola, ela vende suas próprias cestas artesanais, peneiras de farinha e abajures, todos com preços individuais de acordo com seu tamanho ou qualidade. Ela explica que os abajures que ela faz são modelados com base nos tradicionais pegadores de peixe nativos da região, e nos é dada uma demonstração de como, se o abajur fosse funcional para a pesca, o peixe entraria nele em um riacho e ficaria preso dentro da cesta. A maior parte de suas vendas ocorre no verão, quando há um fluxo de estrangeiros que vêm em busca de algo único no Brasil; no entanto, ela diz que o negócio iria à falência se não fosse pelos moradores locais que compram seus produtos na baixa temporada. Ela acrescenta que as pessoas precisam desses artesanatos para a comunidade, para si mesmas e para manter o conhecimento da tradição. Em seguida, ela demonstra o processo de limpeza de uma videira com uma lâmina e menciona como o trabalho é árduo, razão pela qual a geração mais jovem não quer ter nada a ver com essa prática. Ela diz que foi ensinada por sua mãe, para subsistência e para manter o conhecimento vivo, mas que ninguém jovem está praticando isso hoje. Ela diz, no entanto, que o mercado de turismo incentiva o conhecimento tradicional. Por exemplo, artesanatos como esses são importados do interior e vendidos aqui ou na praia e em Itacaré. Por fim, ela menciona com orgulho como é conhecida on-line e na comunidade pelos estrangeiros que vêm e tiram fotos e vídeos de sua tecelagem.

Essa entrevista informal com a tecelã quilombola como parte do meu trabalho de campo inicial mostra, pelo menos em parte, algumas das facetas mais importantes da minha pesquisa. A anedota revela que ela trabalha por conta própria no vilarejo e internacionalmente, como alguém que cria e vende seu próprio artesanato para moradores locais e estrangeiros para se sustentar economicamente. Quais são as condições que permitem que indivíduos, como ela, ganhem a vida por conta própria? Ela também colhe os cipós da floresta antes de limpá-los e tecê-los, o que significa que toda a operação, para começar, depende do ecossistema da Mata Atlântica. Então, como essa prática é afetada pelo meio ambiente e que tipo de impacto ela causa? O artesanato em si é mostrado como uma prática tradicional de sua cultura, que remonta a antes de seu povo ser reconhecido legalmente pelo governo. Então, ela está ajudando a continuidade de seu povo ao promover experiências culturalmente aprendidas? Além disso, a instrução do ofício de mãe para filha dentro da família foi mencionada como o método tradicional de transmitir o conhecimento, mas como ele pode ser transmitido e aprendido pelas gerações futuras se não houver interesse dos jovens atuais em continuar a prática? Esse tipo de pergunta surge quando se analisam as questões que envolvem a sustentabilidade em suas diversas formas, especificamente no que se refere às pessoas e ao meio ambiente na região.

Ao examinar as maneiras pelas quais a educação e o conhecimento tradicional se cruzam na comunidade, descobri que, como o ambiente das pessoas aqui dita suas vidas em muitos níveis, a sustentabilidade envolve o conhecimento da Mata Atlântica ou do ecossistema que as rodeia, incluindo os seres humanos dentro dela, e a aplicação do conhecimento aprendido e incorporado na vida cotidiana. Dessa forma, as pessoas trabalham para sustentar seu próprio sustento, bem como o sustento de seu entorno, porque tudo o que afeta sua subsistência, eu defendo, pode ser considerado dentro de seu ambiente. A importância de preservar o meio ambiente é fundamental para sustentar a vida aqui de várias maneiras, portanto, talvez a luta seja para encontrar um equilíbrio que funcione para todos os envolvidos e que seja transmitido às gerações futuras. Seja trabalhando para manter a si mesmos, o ecossistema, as práticas agrícolas, a educação ou o conhecimento religioso e tradicional vivos, o povo do sul da Bahia, Brasil, perpetua sua subsistência por meio dessas formas de sustentabilidade em suas vidas diárias, exemplificando que eles estão lutando por muito mais do que apenas o meio ambiente.

Criando conhecimento no campo

Essa afirmação foi feita por meio de um trabalho de campo realizado durante três semanas em Serra Grande, Brasil, mas que se estendeu a outras regiões do sul da Bahia. No contexto desse curso internacional de pesquisa de campo, as entrevistas semiestruturadas, conversas casuais e outras observações em visitas planejadas ao local trouxeram à tona esses detalhes, no sentido de que essas experiências devem ser explicadas como estudos de caso distintos. Ao fazer perguntas em meu grupo de três alunos sobre educação e conhecimento tradicional durante essas sessões, apurei e gerei conhecimento de e com meus interlocutores, registrei detalhes em papel, digitalmente e, às vezes, também gravei material audiovisual. Além do trabalho de campo no local, eu me situei com a literatura relevante que foi trazida para as discussões de toda a classe, em que nossos tópicos individuais e temas de grupo muitas vezes se sobrepõem de várias maneiras entre si e com o material. Além disso, as apresentações orais de nossos alunos com feedbacks instruídos, a criação de pôsteres e a compilação de vídeos para a comunidade forneceram mais informações sobre os temas abordados. No entanto, uma grande limitação da pesquisa foi o fato de que toda a estrutura do curso foi passada aos alunos de cima para baixo. Isso é diferente de um pesquisador independente, que teria de começar de baixo para cima, o que também não estaria dentro de um prazo viável para um curso como esse.

Durante essas sessões, foi difícil encontrar meu papel como pesquisador, porque eu não estava apenas aprendendo sobre as pessoas e a região relevantes para os tópicos antropológicos do curso, mas também estava aprendendo a fazer a própria pesquisa de campo. Com essa restrição em mente, aprendi ao longo do curso que tinha de considerar reflexivamente minha presença e minhas ações nos ambientes de nossas entrevistas. Por exemplo, ao fazer uma pergunta, nem sempre era melhor fazer anotações o tempo todo, mas era melhor apenas ouvir e encarar a pessoa que estava sendo entrevistada, para depois fazer anotações. Dessa forma, pude me envolver mais na discussão, o que levou a uma melhor qualidade dos dados qualitativos. No meu caso, fazer perguntas sobre sustentabilidade a cada indivíduo pertinente com base em sua área de especialização foi a principal ferramenta para que eu entendesse essa interseção entre educação, conhecimento tradicional e meio ambiente comparativamente. Com esse método, ao longo do tempo, minha pergunta de pesquisa mudou em função das informações que reuni, o que levou a descobertas totalmente novas. Essas ferramentas conceituais, juntamente com as nuances variáveis da minha própria presença, como encontrar o momento apropriado para fazer determinada pergunta, dependendo da situação, permitiram a geração de novos conhecimentos entre o pesquisador e o interlocutor, criando informações novas no momento.

Discussão de estudos de caso

Um tema comum em toda a pesquisa é que cada líder com quem conversei, seja um professor em uma escola ou uma figura em uma comunidade, promoveu as condições para a subsistência dos indivíduos. Silvia, a diretora da Escola Waldorf Dendê de Serra, explicou que um dos principais princípios da filosofia da escola é que eles querem que as crianças estejam realmente conectadas com a humanidade, fornecendo-lhes educação em muitas habilidades, artes, ofícios e conhecimentos ecológicos da região para que apliquem na vida quando forem mais velhos. Isso se aplica especialmente aos jovens do sexo masculino para que, se não forem dotados academicamente, possam ter outras habilidades para usar, em vez de se envolverem com drogas e violência de gangues. Um fazendeiro de cacau e produtor de chocolate da região, Ailton, não só trabalha para a autossubsistência de sua família como operário e empresário, mas também ajuda outras pessoas que perderam seus empregos a se reerguerem, deixando-as trabalhar em sua fazenda e dando-lhes dicas para que também se tornem autônomas. Ele diz que a ideia de trabalhar para outra pessoa é uma forma básica de manipulação que não lhe dá voz, portanto, ele incentiva as pessoas a trabalharem por conta própria o máximo possível, seja na fazenda ou concorrendo ao conselho local.

Nos exemplos acima, os dois líderes, Silvia e Ailton, compartilham a compaixão pelas pessoas ao seu redor, trabalhando arduamente não apenas para si mesmos e para seus empreendimentos, mas para que as pessoas possam se sustentar e aprender a influenciar os outros da mesma forma. Argumento que esse tipo de subsistência é perpetuado por uma sustentabilidade pessoal que as figuras de liderança exortam na sala de aula ou na fazenda, capacitando os alunos ou trabalhadores a valorizar e cuidar de si mesmos, sustentando seus próprios meios de subsistência e, portanto, o de seu ambiente.

Uma das representações mais prolíficas do sul da Bahia, geograficamente, é a ocupação da Mata Atlântica, um hotspot de biodiversidade global.2 Isso se manifesta em minha pesquisa em relação a muitas iniciativas e preocupações gerais com a conservação do meio ambiente, ou simplesmente a maneira como eles interagem com a própria floresta. Por exemplo, a fazenda do MST que visitamos,3 Terra Vista, tem uma rica história de preservação ecológica e agricultura entre suas muitas famílias, que posteriormente evoluiu para o que é conhecido como agroecologia. O engenheiro agrônomo Marcelo diz que eles têm reuniões regulares para discutir o bem-estar ecológico e o gerenciamento da agricultura para sustentar a fazenda e a floresta, já que “a agroecologia pensa na produção, mas também na conservação, pois uma caminha ao lado da outra”. Mudar da monocultura para a policultura é fundamental para entender o funcionamento da floresta e educar outras pessoas na Terra Vista sobre a agricultura sustentável.4 Da mesma forma, a fazenda de Ailton, mencionada anteriormente, também é representativa da policultura, pois suas galinhas são alimentadas com plantas cultivadas na fazenda, como a banana (um vermífugo natural) e o ururcum, que também tem muitos outros usos práticos, como a fabricação de corantes vermelhos. Além disso, árvores altas são plantadas ao redor das plantas de cacau de valor inestimável para fornecer a sombra adequada para que cresçam cacaus saudáveis para a produção de chocolate.

Dois casos de sustentabilidade agroecológica na região não são suficientes para demonstrar completamente a extensão do conceito, mas, ainda assim, mostram que a sustentabilidade pode ser representada de mais de uma maneira por meio desses métodos. A fazenda do MST mostra que a agricultura, juntamente com a ecologia, executa práticas sustentáveis para a conservação da floresta em que está situada, mas também para sustentar a produção da fazenda para o sustento e a renda econômica das famílias. Além disso, em uma escala menor, a fazenda de Ailton mostra como as práticas agrícolas autossustentáveis que envolvem as plantações e a pecuária trabalham juntas e, portanto, podem ser sustentáveis, envolvendo mais do que apenas o meio ambiente em um nível mais pessoal.

Parte da filosofia e da pedagogia da escola Waldorf consiste em oferecer educação sobre o ecossistema local não apenas para o próprio sustento, como o cultivo e a produção de alimentos, mas também por motivos ecológicos, como a importância de parar de destruir a floresta e preservar a natureza. Silvia diz que “as crianças gostam de brincar na natureza, e isso é uma grande parte de sua educação, porque a educação ecológica é tão importante quanto a acadêmica”. No entanto, esse método de ensino alternativo nem sempre é aceito no sul da Bahia e precisa ser financiado de forma privada, o que traz muitas outras dificuldades relacionadas à matrícula e à clientela. Candida, professora de Ilhéus que supervisiona professores de educação infantil, trabalha como uma figura importante na união de métodos alternativos, como as pedagogias Waldorf, com o sistema de educação pública administrado pelo estado. Ela observa o foco do Brasil em “ensino”, mas não em “educação”, que são distintos um do outro. Além disso, ela diz que todos nós temos conhecimentos diferentes como espécie humana, e não podemos simplesmente enquadrar a educação em uma caixa, como faz a escola pública. Candida incentiva as crianças pequenas a também brincarem ao ar livre para realmente prosperarem, desenvolvendo habilidades motoras e cultura, e não apenas ficando sentadas em uma sala quadrada o dia todo. Ela aponta para a bela Mata Atlântica em que estamos situados e diz: “Se você está sentado dentro de casa, como aprende a cuidar do belo ambiente externo?” e acrescenta que a pedagogia Waldorf é boa para isso, mas que as escolas internas da cidade não aprendem sobre sustentabilidade - sustentar o meio ambiente.

Portanto, uma pergunta que faço a mim mesmo após essas visitas a locais educacionais é o que prevalece em minhas descobertas: o conhecimento sobre sustentabilidade ou a sustentabilidade do conhecimento? Será que são os dois? Silvia luta para manter a escola Waldorf funcionando de forma privada em meio a um estado que prefere seu próprio sistema educacional transmitido pelo governo. As escolas públicas têm financiamento de altos escalões, mas negligenciam a inclusão de informações sobre sustentabilidade ambiental ou sobre os conhecimentos tradicionais dos povos indígenas e quilombolas, apesar de haver uma legislação na constituição brasileira que a impõe no papel.5 É mencionado com frequência que o Brasil costuma ser muito perfeito no papel, mas geralmente não é o caso na prática. Entretanto, escolas alternativas, como a Escola Dendê de Serra, estão lentamente ganhando popularidade entre os habitantes locais, o que é positivo para ambos os lados da equação da sustentabilidade.

Em nossa visita a uma aldeia tupinambá, encontramos uma pequena escola indígena que os próprios moradores construíram, o que mostra que essas pessoas estão sustentando sua educação do conhecimento tradicional, ao mesmo tempo em que estão um pouco afastadas da sociedade. No entanto, Nadia, que é líder indígena, educadora e mestre em tradição oral, forma pessoas em conhecimento indígena na universidade. Ela diz que ecologiá (que significa ecologia) é um termo novo que está ganhando moda no Brasil junto com o movimento ambientalista,6 mas o povo tupinambá vem fazendo isso desde sempre. Ela menciona que os povos indígenas são as cobaias da transição, mas que esse movimento adota suas práticas tradicionais e também contribui para a sustentabilidade da aldeia. Ela acrescenta que a ecologiá contemporânea os ajuda a manter a memória dos Tupinambá, da mesma forma que suas tecnologias nativas e o conhecimento da terra os sustentaram ao longo das gerações. Para educar o sul da Bahia, eles estão organizando uma marcha em memória do povo indígena que foi massacrado durante a colonização,7 mas também para promover sua cultura tradicional para pessoas de fora. Semelhante aos Tupinambá, alguns dos praticantes de Candomblé afrodescendentes do Terreiro Tombenci em Ilhéus criaram uma organização para promover sua cultura, chamada Dila Zenze. Lá, os esforços em prol da igualdade racial e do fortalecimento da comunidade africana incluem projetos como o “Beleza Negra”, no qual eles organizam eventos culturais e incentivam os direitos das mulheres negras e a autoaceitação na forma de corpo, dança e música, chegando até a se apresentar no Carnaval de Salvador para promover facetas de sua cultura que foram oprimidas desde que o tráfico de escravos afetou a região.8

Tanto a cultura tupinambá quanto a afro-brasileira passaram por lutas tremendas para existir hoje, lutando contra etnocídios e massacres, bem como contra o infame tráfico colonial de escravos. Em ambos os casos, no entanto, a resistência dos povos permitiu sua sobrevivência na região hoje, apoiando a sustentabilidade cultural e religiosa de suas respectivas comunidades. A pequena escola na aldeia é um símbolo da independência e da capacidade dos Tupinambá de manter sua própria educação e práticas tradicionais. Nadia nos mostra que é possível para uma mulher indígena ser professora universitária e sustentar sua cultura por meio da educação. Dila Zenze também é uma representação da resiliência afro-brasileira na religião do Candomblé por meio da existência do Terreiro, mas também por meio de projetos comunitários modernos que promovem outras facetas de sua cultura para o público. Nesse sentido, esses dois estudos de caso representam a sustentabilidade cultural como parte de seu ambiente imediato, onde o ecossistema é muito importante, mas ainda não é tudo.

Conclusão

Todos esses casos demonstram a sustentabilidade ambiental na região do sul da Bahia, Brasil, mas não de uma forma que seja imediatamente aparente. Eu trouxe à tona que o meio ambiente aqui significa mais do que apenas o ecossistema da bela Mata Atlântica, mas, na verdade, facetas da vida cotidiana com as quais as pessoas interagem e que são inerentes ao seu entorno. Ao se sustentarem, elas encontram meios de subsistência por meio de seus líderes comunitários e, individualmente, por meio de práticas econômicas. Os trabalhadores rurais sustentam seu ecossistema para, por sua vez, sustentar suas práticas agrícolas e sua qualidade de vida. Os professores do sistema educacional do Estado sustentam esse ecossistema transmitindo conhecimento no currículo e seguindo instruções, enquanto os educadores alternativos transmitem conhecimento sobre a própria sustentabilidade e sustentam suas práticas de forma privada. Por fim, os povos de culturas oprimidas resistiram à perseguição ao longo da história para agora se reorganizarem e sustentarem sua cultura e religião no mundo contemporâneo. Com os métodos e o trabalho de campo deste curso, descobri que a sustentabilidade significa mais do que apenas o meio ambiente para as pessoas daqui, e elas estão lutando por sua própria subsistência, dentro da Mata Atlântica, que cuida delas tanto quanto elas cuidam dela.

Notas

1 Os quilombos foram referidos pela coroa portuguesa como comunidades de escravos fugidos, mas mais recentemente como “qualquer comunidade rural negra composta por descendentes de escravos, que sobrevivem por meio da agricultura de subsistência, com manifestações culturais fortemente ligadas ao passado” (Leite, 2015). Atualmente, o termo tem conotações mais políticas, pois está ligado à inclusão dos direitos dos afrodescendentes à cidadania e à terra no Brasil, e não apenas à oposição ao regime de escravidão.

2 A Mata Atlântica na Bahia é designada como “uma reserva de biosfera da UNESCO, bem como um ‘hotspot’ de biodiversidade global” (Lyons, 2022, p. 30). Ela inclui níveis extremamente altos de biodiversidade e espécies endêmicas que não são encontradas em nenhum outro lugar do mundo.

3 O Brasil tem uma legislação única que permite a reforma agrária para que aqueles que são considerados “sem-terra” possam se organizar e ter pedaços de terra alocados para eles. Um desses grupos de reforma agrária é conhecido como “Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)” (Lyons, 2022, p. 79). Esse movimento formal de reforma agrária é popular em toda a América Latina como um meio para que os agricultores familiares sejam reconhecidos e trabalhem para se estabelecer.

4 A monocultura envolve o plantio de um tipo de cultura em uma grande área, sem diversidade na agricultura. Isso, no entanto, contribui para dificuldades, como a epidemia do fungo Vassoura de Bruxa na costa do cacau. A policultura é mais inclusiva, pois muitas espécies trabalham juntas em uma mesma área, o que resulta em uma biodiversidade mais rica e em colheitas mais saudáveis.

5 Os conhecimentos indígenas estão representados na legislação nacional do Brasil como um direito à educação de qualidade para os povos indígenas, bem como a adição de um “Dia do Índio” (Organização de Professores Indígenas de Roraima, et al., 2016). Há uma legislação semelhante para os quilombolas ao acrescentar um “Dia Nacional da Consciência Negra” e a implementação do estudo das “Relações Étnico-Raciais, História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena” (Brito-Oliveira, et al., 2020).

6 A Ecologiá e o movimento ambientalista no Brasil envolvem naturalistas que valorizam e defendem a importância do conservacionismo, que fundaram uma “tradição cultural conservacionista” que envolve a formação de políticas públicas e ambientais voltadas para essas sensibilidades culturais, incorporando também as demandas dos povos tradicionais (Duarte, 2019).

7 Quando os portugueses chegaram à costa do Brasil nos anos 1500, eles começaram a massacrar as populações indígenas que eram vistas como um problema para o Estado colonial. A marcha que os Tupinambá estão organizando é para reconhecer as mortes daqueles que morreram, e a distância deve ser igual ao comprimento de todos os cadáveres do massacre se eles fossem colocados um ao lado do outro.

8 O candomblé é uma religião de origem africana, trazida para o Brasil por meio do tráfico de escravos. Entretanto, as pessoas formalmente escravizadas que escaparam ou foram libertadas conseguiram continuar suas tradições até hoje, juntamente com sua cultura. Historicamente, eles tiveram que esconder suas práticas e realizar cerimônias em segredo, mas os afro-brasileiros agora têm a oportunidade de promover sua religião e cultura para o mundo.

Referências

Brito-Oliveira, N., et al. (2020) Educação Escolar Quilombola em uma Perspectiva do Campo: The Quilombola Peasant. Revista Colombiana de Educación, 80(1), 377-396. https://doi.org/10.17227/rce.num80-10802

Duarte, R. H. (2019) Environmental Change and Mobilization in Brazil na Latin American History, Oxford Research Encyclopedias. https://doi.org/10.1093/acrefore/9780199366439.013.844

Leite, I. B. (2015). The Brazilian quilombo: ‘race’, community and land in space and time. The Journal of Peasant Studies, 42(6), 125-1240. http://dx.doi.org/10.1080/03066150.2015.1016919

Lyons, C. M. S. (2022). Running After Paradise: Hope, Survival, and Activism in Brazil's Atlantic Forest. University of Arizona Press. https://www-jstororg.proxy.bib.uottawa.ca/stable/j.ctv2gbsd0g

Organização de Professores Indígenas de Roraima, et al. (2016) The situation of the right to differentiated education among the indigenous peoples of Brazil. https://rca.org.br/wpcontent/ uploads/2016/11/UPR-Brazil-Right-to-Indigenous-School-Education-eng-1.pdf


Sustainability in Southern Bahia, Brazil, Means More than the Environment

Jacob Calestagne | 2023

Weaving Sustainability in the Outset

We arrive at a small house with baskets hanging out front on the cobbled street, and a woman from inside emerges, beginning a discussion about weaving practices in the region of Serra Grande. She says that there are only a few true weavers left here, and that it is becoming a lost art. Since the official establishment of the Quilombos in Brazil, weaving has been one of the first practices of the Quilombolas as a way to make money.1 So, for this Quilombola woman, she sells her own handmade baskets, flour sieves and lampshades, all individually priced by their size or quality. She explains that the lampshades she makes are modeled after traditional fish catchers native to the region, and we are given a demonstration of how, if the lampshade was functional for fishing, the fish would enter it in a flowing stream then get trapped inside the basket. Most of her sales occur in the summer when there is an influx of foreigners who come looking for something unique to Brazil; however, she says that the business would go under if not for the locals who buy her products in the off-season. She adds that people need these handcrafts for the community for themselves, and to retain the knowledge of the tradition. She follows by demonstrating the process of cleaning a vine with a blade and mentions how hard the work is, which is why the young generation want nothing to do with the practice. She says that she was taught by her mother, for subsistence and to keep the knowledge alive, but that nobody young is practicing it today. She does say, though, that the tourism market incentivises traditional knowledge. For example, artisanal crafts such as these are imported from the interior and sold here or down by the beach and in Itacaré. Finally, she mentions proudly how she is known online and in the community from the foreigners who come and take pictures and videos of her weaving.

This informal interview with the Quilombola weaver as part of my initial fieldwork exhibits, at least in part, some of the most important facets of my research. The anecdote reveals that she works for herself in the village and internationally, as someone who creates and sells her own crafts to locals and to foreigners to support herself economically. What are the conditions that provide individuals, such as her, to make a living on their own? She also harvests the vines from the forest before cleaning them and weaving, which means that the whole operation to begin with is dependent on the Atlantic Rainforest ecosystem. Then, how is this practice affected by the environment, and what kind of impacts does it have? The handcraft itself is shown to be a traditional practice of her culture, dating back to before her people were recognized legally by the government. So, is she assisting the continuation of her people by promoting culturally learned experiences? Furthermore, the instruction of the craft from mother to daughter within the family was mentioned as the traditional method of passing on the knowledge, but how can it be passed on and learned by future generations if there is no interest in the current youth to continue the practice? These kinds of questions all arise when looking at issues surrounding sustainability in its many forms, specifically as it pertains to people and their environment in the region.

Through examining ways that education and traditional knowledge intersect in the community, I have found that because people’s environment here dictates their lives on many levels, sustainability involves knowing about the Atlantic Rainforest or ecosystem that surrounds them, including the humans inside it, and applying their learned and embodied knowledge into quotidian life. In this way, people work to sustain their own livelihoods, as well as the livelihood of their surroundings, because everything that affects their subsistence, I argue, can be considered within their environment. The importance of preserving the environment is key to sustaining life here in many ways, so perhaps the struggle is towards finding a balance that can work for everybody who’s involved and passing it on to future generations. Whether it involves working to keep themselves, the ecosystem, agricultural practices, education, or religious and traditional knowledge alive, the people of Southern Bahia, Brazil perpetuate their subsistence through these forms of sustainability in their daily lives, exemplifying that they are fighting for much more than just the environment.

Creating Knowledge in the Field

This claim arrived through fieldwork conducted over three weeks based out of Serra Grande, Brazil, but extending to other regions of Southern Bahia. Through the context of this international field research course, the semi-structured interviews, casual conversation, and other observations on planned site visits brought these details to light in the sense that these experiences are to be explained as distinguished case studies. By asking questions in my threestudent cohort of education and traditional knowledge during these sessions, I have ascertained and generated knowledge from and with my interlocutors, recorded details on paper, digitally, and sometimes recorded audio-visual material as well. In addition to fieldwork on the ground, I have been situated with relevant literature that was brought to entire class discussions, where our individual topics and group themes often overlap in a multitude of ways with each other and the material. In addition to this, our student oral presentations with educated feedback, poster creations and a video compilation for the community have given further insight to the themes covered. However, a major limitation to the research was the fact that the entire structure of the course was handed down to the students from above. This is different than an independent researcher who would have to start from the bottom, which would also not be within a feasible timeframe for a course such as this.

During these sessions it was difficult to find my role as a researcher, because I was not only learning about the people and the region relevant to the anthropological topics of the course, but I was also learning how to do field research itself. With this restraint in mind, I learned over the course that I had to reflexively consider my presence and actions within our interview settings. For example, when asking a question, it was not always best to write down notes the whole time, but better to just listen and face the person being interviewed, to then write notes later. This way, I was able to become more involved in the discussion, leading to better quality of qualitative data. In my case, asking questions about sustainability to each pertinent individual based on their area of expertise was the leading tool for me to understand this intersection between education, traditional knowledge, and the environment comparatively. Through this method over time, my research question changed because of the information that I gathered, which led to entirely new findings. Theses conceptual tools, along with shifting nuances of my own presence, such as finding the appropriate time to ask a certain question depending on the situation, allowed for the generation of new knowledge between researcher and interlocutor, creating novel information in the moment.

Discussing Case Studies

A common theme throughout the research is that every leader that I spoke to, whether a teacher at a school or a figure in a community, fostered the conditions for individuals’ subsistence. Silvia, the director at the Waldorf school, Escola Dendê de Serra, explained that one of the major tenets of the school’s philosophy is that they want the children to be truly connected to humanity by providing them with education of many skills, arts, trades, and ecological knowledges of the of the region for them to apply to life when they get older. This applies especially to the young men so that if they are not gifted academically, they can have other skills to turn to other than getting caught up in drugs and gang violence. A local cacao farmer and chocolate producer in the region, Ailton, not only works for his family’s self-subsistence as a labourer and entrepreneur, but also helps others who lose their jobs to get back on their feet by letting them work on his farm and giving them tips to become self-employed as well. He says that the idea of working for someone else is a base form of manipulation that gives you no voice, so he encourages people to work for themselves as much as possible, whether he is on the farm, or running for local council.

In the examples above, the two leaders, Silvia and Ailton, share a compassion for the people around them, working hard not only for themselves and their ventures, but so that individuals can support themselves and learn to influence others in the same way. I argue that this kind of subsistence is perpetuated by a personal sustainability which leading figures exhort in the classroom or in the farm by empowering students or workers to value and take care of themselves, sustaining their own livelihoods, and therefore that of their environment.

One of the most prolific renderings of Southern Bahia geographically, is its occupation of the Atlantic Rainforest, a global biodiversity hotspot.2 This is manifested in my research regarding many initiatives and general concerns towards conserving the environment, or just the way they interact with the forest itself. For example, the MST farm that we visited,3 Terra Vista, has a rich history of ecological preservation as well as agriculture among its many families, which has subsequently evolved into what is known as agroecology. The agricultural engineer, Marcelo, says that they have regular meetings to discuss the ecological well-being and management of agriculture to sustain the farm and forest, since “agroecology thinks about production, but also conservation, since one walks next to the other.” Moving from monoculture to polyculture is crucial for understanding the way the forest works and educating others at Terra Vista in sustainable agriculture.4 Similarly, Ailton’s farm from earlier is also representative of polyculture, since his chickens are fed with plants grown on the farm, such as banana (a natural de-wormer), as well as ururcum, which also has many other practical uses, such as for making red dyes. Additionally, tall trees are planted around the invaluable cacao plants to provide adequate shade for them to grow healthy cacaos for chocolate production.

Two cases of agroecological sustainability in the region are not enough to fully demonstrate the extensiveness of the concept, but they nonetheless show that sustainability can be represented in more than one way through these methods. The MST farm exhibits that agriculture, together with ecology, performs sustainable practices for the conservation of the forest in which it is situated, but also in sustaining the production of the farm for the sustenance and economic income of the families there. Furthermore, on a smaller scale, Ailton’s farm shows how self-sustaining farming practices involving the crops and livestock work together, and therefore can be sustainable, involving more than just the environment on a more personal level.

Part of the Waldorf school philosophy and pedagogy is providing education about the local ecosystem to not only sustain themselves, such as growing crops and making food for sustenance, but also for ecological reasons, such as why it is important to stop destroying the forest and preserve nature. Silvia says that “the kids like to play in nature, and it is a big part of their education, because ecological education is just as important as the academic kind.” However, this alternative schooling method is not always accepted in Southern Bahia, and has to be funded privately, which comes with many other related difficulties around enrolment and clientele. Candida, a professor at Ilhéus who supervises teachers of children’s education, works as an important figure in joining alternative methods, such as the Waldorf pedagogies, with the public education system administered by the state. She notes Brazil’s focus on ‘teaching,’ but not on ‘education,’ which are distinct from each other. Moreover, she says we all have different knowledges as a human species, and we can’t just frame education by putting it in a box, like how the state school does. Candida encourages young children to also play outside to really prosper by developing motor skills and culture, not just by sitting inside a square room all day. She gestures to the beautiful Atlantic Rainforest that we are situated, and says, “If you’re sitting inside, how do you learn to take care of the beautiful outdoors?” and adds that the Waldorf pedagogy is good for this, but that the indoor schools in the town here don’t learn about sustainability – sustaining the environment.

Therefore, a question I ask myself after these educational site visits, is what is more prevalent in my findings, knowledge of sustainability, or sustainability of knowledge? Could it be both? Silvia struggles with keeping the Waldorf school afloat privately amidst a state that prefers its own education system handed down from the government. The state schools have funding from higher-up, but they neglect to include information about environmental sustainability or the traditional knowledges of indigenous and quilombo peoples, even though there is legislation in the Brazilian constitution that enforces it on paper.5 It is mentioned frequently that Brazil is often very perfect on paper but is usually not the case on the ground. However, alternative schools, such as Escola Dendê de Serra, are slowly gaining popularity between the locals, which is positive for both sides of the sustainability equation.

On our visit to a Tupinambá village, we come across a small, indigenous-run school that the villagers built themselves, which shows that these people are sustaining their education of traditional knowledge, while also being somewhat removed from society. However, Nadia, who is an indigenous leader, educator, and master of oral tradition, graduates people in indigenous knowledge at the university. She says that ecologiá (which roughly translates to ecology) is a new term that is gaining fashion in Brazil along with the environmental movement,6 but the Tupinambá people have been doing it forever. She mentions how indigenous people are the guinea pigs of the transition, but that this movement embraces their traditional practices and contributes to the village’s sustainability as well. She adds that contemporary ecologiá helps them retain memory of the Tupinambá, such in the same way that their native technologies and knowledge of the land has sustained them over the generations. To educate Southern Bahia, they are arranging a march in memory of the indigenous people that was massacred during colonization,7 but also to promote their traditional culture to outsiders. Similar to the Tupinambá, some of the Afro-descended Candomblé practitioners of the Tombenci Terreiro in Ilhéus created an organization to promote their culture, called Dila Zenze. There, efforts towards racial equality and bolstering the African community include projects such as ‘Black Beauty,’ where they host cultural events, and encourage black women’s rights and self-acceptance in the form of body, dance, and music, even performing at Carnaval in Salvador to promote facets of their culture that have been oppressed since the slave trade affected the region.8

Both Tupinambá and Afro-Brazilian cultures have gone through tremendous struggles to exist today, fighting ethnocides and massacres, as well as the infamous colonial slave trade. In both cases, however, the peoples’ resistance has allowed for their survival in the region today, supporting cultural and religious sustainability for their respective communities. The little school in the village is a symbol of the Tupinambá independence and ability to sustain their own education and traditional practices. Nadia shows us that it is possible for an indigenous woman to be a university professor and to sustain their culture through education. Dila Zenze is also a representation of Afro-Brazilian resilience in Candomblé religion through the existence of the Terreiro, but also through modern community projects that advance other facets of their culture to the public. In this sense, these two case studies represent cultural sustainability as part of their immediate environment, where the ecosystem is very important, but still not everything.

Wrapping-up

All of these cases exhibit environmental sustainability in the region of Southern Bahia, Brazil, but not in a way that is immediately apparent. I have brought to light that the environment here means more than just the ecosystem of the beautiful Atlantic Rainforest, but actually facets of daily life that the people interact with that are inherently within their surroundings. In sustaining themselves, they find means to livelihood through their community leaders and individually through economic practices. Rural workers sustain their ecosystem to, in turn, sustain their agriculture practices and quality of life. Teachers in the state education system sustain it by passing on knowledge in the curriculum and following directions, while alternative educators pass on knowledge on sustainability itself and sustain their practices privately. Finally, people of oppressed cultures have resisted persecution throughout history to now reorganize themselves today and sustain their culture and religion in the contemporary world. With the methods and fieldwork of this course, I have found that sustainability does mean more than just the environment to the people here, and they are fighting for their own subsistence, within the Atlantic Forest that cares for them as much as they care for it.

 

Notes

1 Quilombos have been referred to by the Portuguese crown as communities of escaped slaves, but more recently as “any Black rural community composed of descendants of slaves, who survive through subsistence agriculture, with cultural manifestations strongly linked to the past” (Leite, 2015). Now, the term has more political connotations, as it is linked to the inclusion of African descendants’ rights to citizenship and land in Brazil, rather than just opposition to the slavery regime.

2 The Atlantic Forest in Bahia is designated as “a UNESCO biosphere reserve, as well as a global ‘biodiversity hotspot’” (Lyons, 2022, p. 30). It includes extremely high levels of biodiversity and endemic species that are found nowhere else in the world.

3 Brazil has a unique legislation that allows for agrarian reform for those who are considered “landless” to organize themselves and have pieces of land allocated to them. One of these agrarian reform groups is known as “The Landless Rural Workers Movement, or Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)” (Lyons, 2022, p. 79). This formal land reform movement is popular throughout Latin America as a means for family farmers to become recognized and work to become established.

4 Monoculture involves planting one kind of crop in a large area, with no diversity in agriculture. This, however, contributes to difficulties, such as the Witches’ Broom fungus epidemic of the cacao coast. Polyculture is more inclusive, where many species work together in the same area, which leads to more rich biodiversity and healthier crops.

5 Indigenous knowledges are represented in Brazil’s national legislation as a right to quality education for Indigenous peoples, as well as the addition of an “Indigenous Day” (Organização de Professores Indígenas de Roraima, et al., 2016). There is a similar legislation for quilombola people in adding a “National Black Awareness Day” and the implementation of the study of “Ethnic-Racial Relations, Afro-Brazilian, African and Indigenous History and Culture” (Brito-Oliveira, et al., 2020).

6 Ecologiá and the environmental movement in Brazil involves naturalists who value and argue for the importance of conservationism, who founded a “conservationist cultural tradition” that involves shaping environmental and public policies toward these cultural sensibilities, while also incorporating the demands of traditional peoples (Duarte, 2019).

7 When the Portuguese people arrived on the coast of Brazil in the 1500s, they set out to massacre the indigenous populations who were viewed as a problem for the colonial state. The march that the Tupinambá are hosting is to recognize the deaths of those who died, and the distance is supposed to be equal to the length of all the dead bodies from the massacre if they were laid down next to each other.

8 Candomblé is a religion of African descent, brought to Brazil through the slave trade. However, the formally enslaved people who escaped or were freed have managed to continue their traditions today, along with their culture. They have historically had to hide their practices and host ceremonies in secret, but Afro-Brazilians now have the opportunity to promote their religion and culture to the world.

 

References

Brito-Oliveira, N., et al. (2020) Quilombola School Education from a Field Perspective: The Quilombola Peasant. Revista Colombiana de Educación, 80(1), 377-396. https://doi.org/10.17227/rce.num80-10802

Duarte, R. H. (2019) Environmental Change and Mobilization in Brazil in Latin American History, Oxford Research Encyclopedias. https://doi.org/10.1093/acrefore/9780199366439.013.844

Leite, I. B. (2015). The Brazilian quilombo: ‘race’, community and land in space and time. The Journal of Peasant Studies, 42(6), 125-1240. http://dx.doi.org/10.1080/03066150.2015.1016919

Lyons, C. M. S. (2022). Running After Paradise: Hope, Survival, and Activism in Brazil’s Atlantic Forest. University of Arizona Press.

https://www-jstororg.proxy.bib.uottawa.ca/stable/j.ctv2gbsd0g

Organização de Professores Indígenas de Roraima, et al. (2016) The situation of the right to differentiated education among the indigenous peoples of Brazil. https://rca.org.br/wpcontent/ uploads/2016/11/UPR-Brazil-Right-to-Indigenous-School-Education-eng-1.pdf